A restauração de uma das obras primas do artista Ziraldo foi pauta da reunião que ocorreu na PR6, na última sexta-feira, 15/8. O tema central foi o relatório final acerca da preservação e da restauração da obra “Última Ceia”, painel que Ziraldo fez na antiga casa de shows Canecão, espaço de propriedade da UFRJ desde 2010. Participaram do encontro o pró-reitor, Fernando Peregrino, os membros do Comitê Gestor do Contrato, Robson Corrêa, Ivan Carmo e Rodrigo Gama, além das representantes da Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA), Benvinda Ribeiro e Vera do Carmo.
O foco foi a análise do relatório final, que atualizou o mapeamento de danos do painel, apresentou os resultados de testes mecânicos e químicos e trouxe especificações técnicas essenciais para orientar a restauração. Como desdobramento das discussões, foram definidos três encaminhamentos principais:
a) Criação de Comitê Consultivo – A ser proposto à Reitoria, com a participação de um(a) professor(a) da EBA, um membro da família Ziraldo e um integrante do Comitê Gestor, com a função de elaborar recomendações sobre o processo de restauração.
b) Mapeamento de empresas especializadas – Levantamento de informações sobre empresas de notório saber em restauração, que possam subsidiar a futura escolha e a contratação da equipe responsável pela execução da obra.
c) Designação de fiscalização técnica local – Designação de um engenheiro da UFRJ para acompanhar de perto as intervenções decorrentes do contrato de concessão.
A obra
Com 32 metros de comprimento e seis de altura, o mural instalado no antigo Canecão foi concebido ao longo de seis meses, em 1967, e é considerado um dos marcos mais expressivos da trajetória artística de Ziraldo.
A obra apresenta uma releitura de A Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, transposta para um universo marcado por símbolos da cultura brasileira e, em especial, da identidade carioca. Entre as figuras representadas, estão os arcos da Lapa, malandros, boêmios e referências musicais que remetem ao samba e à vida noturna do Rio de Janeiro.
Hoje, o painel é reconhecido como um bem artístico de relevância histórica, cuja preservação é fundamental para a memória cultural do país.