UFRJ e CBPF assinam contrato de cessão do Pavilhão Mário de Almeida, garantindo a sua restauração e uso público para atividades de natureza científica e cultural e planejam a criação de um “Hub da Física”

UFRJ e CBPF assinam contrato de cessão do Pavilhão Mário de Almeida, garantindo a sua restauração e uso público para atividades de natureza científica e cultural e planejam a criação de um “Hub da Física”
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) formalizaram, nesta terça-feira (28/10/2025), a cessão de uso do histórico Pavilhão Mário de Almeida, localizado no campus da Praia Vermelha, em Botafogo. A assinatura do Contrato de Cessão de Uso Oneroso nº 205/2025 concretiza os esforços para a recuperação do prédio, considerado um marco no desenvolvimento da ciência no Brasil.
As tratativas para a cessão, segundo a Pró-reitoria de Gestão e Governança da UFRJ (PR6), cujo prazo é de 35 anos, vinham avançando publicamente, conforme noticiado em 18 de setembro de 2025. A negociação, que se iniciou formalmente com o processo administrativo nº 23079.263381/2023-22, começou em dezembro de 2023, visando a preservação do patrimônio cultural e científico.
O objeto do contrato é a cessão de uso do Pavilhão Mário de Almeida, um imóvel de propriedade da UFRJ com cerca de cerca de mil metros quadrados de área construída. O espaço será destinado exclusivamente ao desenvolvimento de atividades de natureza científica e cultural.
O CBPF, na qualidade de Cessionário, planeja estabelecer no local o Centro de Estudos Avançados “Hub da Física”. O local também abrigará o Centro Nacional de Memória da Física Cesar Lattes e a sede do Centro Latino-Americano de Física (CLAF), promovendo a organização e a realização de reuniões, workshops, simpósios e escolas sobre física avançada e temas interdisciplinares. O principal objetivo é promover a recuperação das características arquitetônicas originais do edifício e resgatar seu valor histórico-cultural.
A principal contrapartida pela cessão de uso é a completa restauração, reforma, manutenção e conservação do imóvel por parte do CBPF, durante toda a vigência do contrato.
Além disso, o contrato estabelece outras obrigações onerosas:
• Rateio de Despesas Comuns: O CBPF participará, anualmente, do rateio de despesas de manutenção e conservação das áreas comuns do campus da Praia Vermelha.
• Contrapartida Financeira Mensal: O contrato prevê contrapartida financeira mensal, mas o pagamento terá início somente após a conclusão da restauração do imóvel e sua aptidão formal para uso. Deste valor, será descontada uma parcela que corresponde a 1/420 do custo total de construção e restauração, de forma que, ao final dos 35 anos, o CBPF terá quitado integralmente o valor da obra.
• Contrapartida Não Financeira: O contrato prevê a possibilidade de a contrapartida financeira ser revertida, total ou parcialmente, em contrapartida não financeira economicamente mensurável, mediante acordo mútuo entre as partes. Para isso, uma comissão técnica com membros da UFRJ e do CBPF deverá propor, em até 180 (cento e oitenta) dias, um plano de trabalho para formalizar o compartilhamento de instalações, laboratórios ou bens tangíveis e intangíveis
Todas as benfeitorias realizadas no imóvel serão automaticamente incorporadas ao patrimônio da UFRJ. O Cessionário tem o prazo de até 180 dias para dar início efetivo às intervenções de recuperação estrutural do prédio.
A formalização do contrato garante que o Pavilhão Mário de Almeida, além de ter sua memória e arquitetura preservadas, continuará a ser um polo de relevância para a física e a ciência brasileira. Os dirigentes das duas instituições
O Diretor do CBPF, Márcio P. de Albuquerque, disse: “Estamos muito felizes em formalizar esta parceria com a UFRJ, que reafirma a força histórica da cooperação entre nossas instituições. A restauração do Pavilhão Mário de Almeida tem um significado especial: foi a primeira sede própria do CBPF, onde trabalharam César Lattes, José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Elisa Frota Pessoa e outros fundadores, onde também nasceu o IMPA — e por onde passaram cientistas de renome internacional, como J. Robert Oppenheimer e Richard Feynman. Essa iniciativa, apoiada pelo MCTI, pela Finep e pelo FNDCT esta no contexto da construção da nova sede no campus da Cidade Universitária reafirma nosso compromisso de preservar a história científica brasileira e projetar o futuro da física no país.”
O Reitor da UFRJ Roberto Medronho também comemora essa ação da UFRJ: “demos um passo importante para melhoria do campus da Praia Vermelha. Desembaraçamos o processo jurídico de cessão da edificação, e com os investimentos do FNDCT/FINEP já contratados que virão transformar o Pavilhão histórico do CBPF em um centro de memória da ciência brasileira, e mais as obras que começaremos em breve do prédio acadêmico, do restaurante e do canecão, o patrimônio da nossa universidade se elevará mais ainda. Uma verdadeira transformação física e cultural de nossa universidade. A UFRJ e o CBPF consolidam mais ainda sua parceria histórica na ciência, tecnologia e inovação”.